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Manter a taxa de juros a 14,25% é sufocante e insuficiente para o Brasil

Imagem: Comunicação da Intersindical
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A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter, pela quarta vez seguida, a taxa básica de juros em 14,25% é insuficiente. A taxa Selic segue no maior patamar em quase dez anos. O spread bancário brasileiro (a diferença entre o que os bancos pagam para captar dinheiro no mercado e o que cobram nos empréstimos) é o terceiro maior do mundo.

Vale lembrar que os únicos beneficiados com o aumento dos juros são os bancos e investidores financeiros. E os juros altos em nada contribuem com a redução da inflação, pelo contrário, os juros sufocam a indústria nacional, a geração de empregos e ainda aumentam a desigualdade social.

Cada 1% na taxa Selic corresponde a cerca de R$ 27 bilhões a menos nos cofres públicos para o pagamento da dívida. Enquanto isso o governo faz cortes de R$ 5,5 bilhões no Minha Casa Minha Vida, ignora o reajuste do judiciário e de outras categorias do serviço público em nome dos bilhões que vão para o pagamento de juros da dívida. 

De acordo com o professor de Economia da Unicamp, Pedro Rossi, os juros hoje já consomem cerca de 10% da renda das famílias e 20% da arrecadação do governo. “Os juros funcionam como a boia de salvação dos capitalistas em uma hora de crise”, afirma ele.

Se a economia vai mal, os juros são uma garantia de preservação da riqueza. “É um mecanismo de concentração de renda e que tem provocado uma transferência de renda absurda”, critica.

AIém disso, a Selic alta sufoca a indústria e o setor produtivo, uma vez que o povo trabalhará só para pagar dívidas e os investidores só entrarão num negócio que garantir lucro acima dos 14,25%.

“Não subir os juros é insuficiente. É preciso iniciar uma trajetória imediata de queda. A Selic é um poderoso mecanismo de transferência de renda da parcela mais pobre e mais produtiva para a parcela mais rica e menos produtiva da população”, afirma Edson Carneiro Índio, Secretário-Geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora.

A economia brasileira e as finanças públicas não suportam mais financiar essa bolsa-banqueiro. Em 2015, os juros nominais devidos pelo setor público devem alcançar cerca de R$ 500 bilhões (meio trilhão de reais!), tendo registrado pouco mais de R$ 300 bilhões em 2014.

Enquanto isso a povo sofre com o corte brutal nas áreas sociais e o Congresso tenta suprimir direitos conquistados pelos trabalhadores e impor uma reforma da Previdência que só tirará do trabalhador mais pobre o pouco que ele ainda tem após anos de exploração e injustiça social.

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