Trabalhadores do Judiciário no Piauí: Não é apenas por salário

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Após mais de 9 anos sofrendo com o duro arrocho salarial aplicado pelos governos de Lula e Dilma, amargando perdas salariais de cerca de 50%, os trabalhadores do Judiciário Federal deram sua resposta. Ao longo de mais de 100 dias, os servidores construíram, em várias cidades no PI e em todos os estados do Brasil, a maior greve da nossa história, quebrando sucessivos recordes de participação em assembleias e atos públicos.

Em uma batalha dura, ainda em andamento, enfrentamos os Três Poderes da República, além dos ataques da grande mídia, o “quarto poder”, que age a serviço do governo e do STF para atacar a categoria e distorcer a justa demanda por reposição. Se é verdade que ainda não atingimos plenamente nosso objetivo, por outro lado, também é verdade que vencemos desafios que, há pouco tempo, pareciam impossíveis.

Mesmo sem qualquer respaldo de Ricardo Lewandowski ao PLC 28/15 e enfrentando as manobras governistas no Congresso Nacional, a categoria se mobilizou e obteve a aprovação do projeto, por unanimidade, no Senado. No histórico 30 de junho, contávamos, pela primeira vez, com todos os estados em greve. Após o veto de Dilma Rousseff ao projeto, com a anuência de Lewandowski, governo e STF ainda tentaram, sem sucesso, dividir a categoria com a imposição de um rebaixamento no projeto original: o PL 2.648/15, apresentado sem qualquer negociação ou margem para alterações, com longo parcelamento e retirando direitos, foi rejeitado pela categoria em todos os estados.

Diante da absurda intransigência do STF e do governo, que fecharam as portas para qualquer possibilidade de negociação, inauguramos outro estágio da luta por reposição, em busca da derrubada do veto. Ciente de que o Congresso Nacional é um balcão de negócios onde, muitas vezes, direitos são moeda de troca por cargos e outros interesses, a categoria surpreendeu mais uma vez. Em cada estado, além de atos nas ruas e panfletagens, colegas se organizam e se mobilizam em aeroportos, escritórios políticos e mesmo em eventos sociais, pressionando deputados e senadores na cobrança pela votação e por apoio à derrubada do veto 26/2015.

Um movimento sem precedentes, que colocou nossa luta salarial no centro da política nacional, por ser um dos principais obstáculos ao projeto de ajuste fiscal de Dilma, que busca jogar a conta da crise sobre os ombros de todos os trabalhadores. Ao governo, acuado e envolvido em escândalos de corrupção e em uma profunda crise política, restaram tentativas de comprar apoio com cargos e ministérios, além das sucessivas manobras e armadilhas para adiar votações no Congresso.

Em que pesem os patamares inéditos de mobilização que atingimos neste ano, a subserviência de Lewandowski ao governo petista e o oportunismo de parlamentares da base aliada fazem com que o impasse persista. Por isso, ainda que a greve tenha sido suspensa, a luta continua. A categoria segue perseguindo a derrubada do veto, pressionando pela marcação de uma nova sessão do Congresso Nacional e pela votação.

Independentemente do desfecho, contudo, a maior vitória já foi alcançada: hoje, somos outra categoria. Mais organizados, mais unidos, mais fortes. Um saldo positivo que permanecerá, inclusive, para além da atual campanha salarial. Resta coroar toda essa batalha com a justa, merecida e suada reposição salarial.

Não vamos desistir!!!!

Viva os Servidores do Judiciário!!!

Vamos continuar a luta pelo direito a uma reposição salarial!!!

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