As mineradoras provam incessantemente sua irresponsabilidade na construção e manutenção de estruturas de larga escala. Independentemente do conteúdo derramado pela Itaminas em Sarzedo, Minas Gerais, o evento é mais uma prova de que os “acidentes” são cotidianos na mineração comandada pelo grande capital.

O talude da barragem que se rompeu é de uma obra na Mina do Engenho Seco, no local em que ainda existe a barragem B2, hoje parcialmente descomissionada e sem utilização para a contenção de rejeitos. Mas, independente do material derramado, máquinas foram soterradas, o que poderia ter causado um grave acidente de trabalho.

“Essa movimentação de terra pode causar danos a barragem B4, da própria Itaminas, que fica a menos de 1km do local do incidente, em Sarzedo, barragem que em caso de ruptura poderia atingir mais de cinco mil pessoas em sua zona de autosalvamento. Lembrando que a barragem B1 da Vale, na Mina do Córrego do Feijão, que rompeu em 25 de janeiro de 2019, fica do outro lado da mesma Serra, denominada de Três Irmãos.”, afirma Marta Freitas, da coordenação nacional do MAM.

“As mineradoras continuam iguais. A Itaminas foi responsável por um dos grandes acidentes de trabalho na região de Itabirito, no ano de 1986, causando sete mortes”, relembra Marta. É necessário que as operações das mineradoras sejam fiscalizadas de forma responsável, pois suas estruturas apresentam riscos incalculáveis para a vida das comunidades e dos ecossistemas que ficam ao redor.