PM de SP será denunciada na OEA por repressão sem limites contra manifestantes

Imagem: Comunicação da Intersindical
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O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) anunciou ontem (5), durante coletiva de imprensa realizada no Sindicato dos jornalistas de SP, que a Polícia Militar de São Paulo será denunciada na Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) pela repressão e violência cometida contra manifestantes que participaram no último domingo (4) da passeata contra o governo Michel Temer.

“Não vamos nos calar frente à gravidade do momento da vida política nacional. Não dá pra encarar tudo isto como uma coisa normal. Afastaram a Presidenta da República e agora estamos vendo aqui uma escalada de autoritarismo que eu nunca vi antes. Não houve um ato que justificasse a violência da polícia. Eu estava lá”, disse o senador.

Lindbergh contou que estava no Largo da Batata, se dirigindo para a estação de metrô acompanhado do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), quando a PM começou a lançar bombas de gás lacrimogêneo. Na confusão, os parlamentares encontraram o ex-ministro Roberto Amaral, ferido no braço pelo estilhaço de uma das bombas. 

Também participaram da coletiva o ex-senador e jornalista Eduardo Suplicy, o secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro Índio, os deputados Carlos Zarattini, o vereador Nabil Bonduk e o secretário municipal Alexandre Padilha, todos do PT-SP, além de lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e da Central de Movimentos Populares (CMP).

Os jornalistas que cobriram a manifestação de domingo, que transcorreu pacífica durante todo o ato, também estão sendo vítimas da violência policial. O Sindicato dos Jornalistas até abriu um plantão para auxiliar os jornalistas impedidos de trabalhar, feridos, que têm tido seus equipamentos destruídos ou confiscados pela PM.

Prisões arbitrárias

Por volta das 15h do domingo, 26 jovens manifestantes, dos quais dez adolescentes, foram presos nas proximidades do Centro Cultural São Paulo e do Metrô Trianon-MASP. De lá, em vez de seguirem para a delegacia mais próxima, foram encaminhados ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), no bairro do Carandiru.

Somente à noite, depois de mais de sete horas de prisão, é que os jovens puderam contatar advogados e familiares – após intervenção do deputado Paulo Teixeira e do ex-senador Eduardo Suplicy, que passaram a madrugada no Deic para prestar apoio aos manifestantes.

Na versão da PM, os jovens estariam levando material suspeito ao protesto – uma barra de ferro, câmeras, celulares, toucas, lenços, máscaras e diversos frascos contendo líquidos – estes, enviados à perícia para análise da substância”, informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Os jovens, presos arbitrariamente, relataram aos parlamentares que são pacifistas e que a onda de violência policial é que levou à necessidade de portar um kit de primeiros socorros. Um dos presos também denunciou que a barra de ferro foi, na verdade, “plantada” pela polícia com o intuito de criminalizar o grupo.

Do total de presos, 16 pessoas foram indiciadas pelo Deic por  associação criminosa e corrupção de menores. Os dez adolescentes responderão por “ato infracional versando sobre associação criminosa”, segundo a SSP.

Todos continuam presos e os maiores de idade têm audiência de custódia prevista para esta tarde no Fórum Criminal da Barra Funda. Os menores devem ir para a Fundação Casa.

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