Dieese: com maior escolaridade, negros ganham um terço a menos que salário de brancos

Dieese: com maior escolaridade, negros ganham menos que brancos
Imagem: Comunicação da Intersindical
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Negros ganham menos que brancos

Em 2016, 1 em cada 5 negros estava desempregado, enquanto não-negros eram 1,5 a cada 10 na região metropolitana de SP

A diferença salarial entre negros e não-negros com nível universitário aumentou no país. Para cada R$ 1000 ganhos por um trabalhador não-negro, os negros, com mesma escolaridade, ganham R$ 650. É o que diz o boletim especial sobre a inserção da população negra no mercado de trabalho feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados na região metropolitana de São Paulo e divulgado nesta terça-feira (14).

O estudo apontou que a diferença salarial evolui conforme a escolaridade. Assim, os trabalhadores negros que não completaram o ensino médio ganhavam, em 2016, 92% do que recebiam os não negros com a mesma formação. Quando se analisam os que completaram o ensino-médio, verifica-se que o percentual é de 85% do salário de brancos e, para as pessoas negras com ensino superior, o salário é 65% com relação aos não-brancos.

César Andaku, economista do Dieese e coordenador da pesquisa de Emprego e Desemprego na região metropolitana de São Paulo comenta que “as pessoas com ensino superior têm um rendimento maior do que as pessoas com ensino médio. Isso a gente constata tanto para negros, quanto para não negros. Só que para os negros, este crescimento é menor do que para os não-negros”.

A diferença se deve, de acordo com o estudo, à baixa presença de negros em cargos de chefia. De acordo com o relatório, existem dois obstáculos a serem enfrentados por trabalhadores negros: “o de alcançar o ensino superior e, mesmo quando isso acontece, o de progredir na carreira profissional”.

César ressalta que as políticas públicas dos governos do PT, desde o começo dos anos 2000, como as Cotas, o Prouni e o Fies “contribuíram para um maior acesso dos negros ao ensino superior — isso é importante, é uma etapa necessária —, mas ainda é preciso desenvolver políticas públicas voltadas ao mercado de trabalho, pra melhorar a inserção do negro no mercado de trabalho”.

Desemprego

O impacto da crise econômica é sentido mais pela população negra, como comenta César: “as taxas de desemprego para os negros são maiores, tanto para o homem, quanto para a mulher, na comparação com não-negros”.

Em 2016, a taxa de desemprego entre a população negra foi de 19,4%, enquanto a de não-negros foi de 15,2%. Para ambos houve aumento com relação a 2015, quando as taxas eram de 14,9% e 12%, respectivamente.

Na passagem de 2015 para 2016, a taxa de desemprego total dos negros aumentou de 14,9% para 19,4%, enquanto a dos não negros avançou de 12,0% para 15,2%.

Fonte: Brasil de Fato / Geledés, com informações de Norma Odara


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