Marilene de Jesus Novaes expõe as ameaças da comunidade quilombola

Imagem: Comunicação da Intersindical
Compartilhe:

A filha de quilombola Marilene de Jesus Novaes, do Quilombo Rio dos Macacos, localizado no município de Simões Filho, região metropolitana de Salvador, na Bahia, expôs durante a plenária de abertura do 1° Encontro de Mulheres da Intersindical Central da Classe Trabalhadora a experiência de quem sofre diariamente os impactos de decisões políticas e econômicas que não respeitam as comunidades quilombolas.

As principais ameaças para os quilombolas atualmente são a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215 – que passa a titulação de terras quilombolas e a demarcação de terras indígenas do Executivo para o Legislativo, ou seja, para as mãos da bancada ruralista do Congresso -,  e o Novo Código da Mineração que simplesmente expulsa automaticamente indígenas e quilombolas de suas áreas se houver interesse econômico de exploração.

“Estamos sendo atingidos por este modelo econômico que viola direitos. Não temos direito a terra, nem a plantar, nem a colher. Expulsaram 67 famílias, 3 resistiram. Se nascemos em cima dessa terra deveríamos ter direito a ela. Implantaram uma vila militar no meio do quilombo. Não podemos pescar na barragem. Até o direito de ir e vir não está sendo respeitado”, relata a moradora  do Quilombo Rio dos Macacos.

A área foi ocupada pela Marinha de Guerra do Brasil. “Não temos mais direito a nada. Derrubam nossas casas, não temos energia nem água potável. Somos discriminados. Ficamos sujeitas a situações de estupro”, lamenta Marilene. “Não temos direito nem de pescar por causa da barragem Rio dos Macacos, usaram a mão de obra dos quilombolas”.

A Constituição federal de 1988 assegura os direitos indígenas e quilombolas como cláusulas pétreas, pelo fato de que são direitos humanos e que não devem ser moedas de interesses políticos e de negociações econômicas. É por isso que os povos indígenas e quilombolas chamam a PEC 215 de PEC da Morte, PEC do Genocídio e PEC da Violência.

 

Acha esse conteúdo importante? Entre em nosso grupo de WhatsApp ou inscreva-se para receber nossa Newsletter

Comente esta publicação

Acompanhar a discussão
Notificar de
0 Comentários
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários
INTERSINDICAL Central da Classe Trabalhadora | 2024 Sede Nacional: Rua Riachuelo, 122 - CEP: 01007-000 | Praça da Sé - São Paulo - SP | Fone: +55 11 3105-5510 | E-mail: [email protected] Sindicatos e movimentos sociais. Permitida a reprodução dos conteúdos do site, desde que citada a fonte. Esse site é protegido por reCAPTCHA. Políticas de Privacidade e Termos de Serviço se aplicam
Pular para o conteúdo