Greve dos Petroleiros continua

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Mesmo após a decisão autoritária de ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho), sindicatos decidem manter a greve na Petrobras e exigir o cumprimento do Acordo Coletivo.

Gandra criminaliza a greve

Ives Gandra, ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho), em uma decisão monocrática (julgamento individual) tomada nesta segunda-feira (17/02) decreta a GREVE DOS PETROLEIROS ILEGAL.

Gandra decidiu isoladamente porque teme que uma  decisão colegiada (compostas por mais ministros do TST) na Seção de Dissídio Coletivo (SDC) marcada para o dia 09 de março entenda a greve como legitima. Logo Gandra se antecipou, para tentar desmobilizar a greve antes do julgamento do SDC.

A decisão de Gandra é uma ação de contenção. A greve, apesar de todo o bloqueio midiático, se nacionalizou e tem ganhado força na sociedade. O governo e os acionistas privados da Petrobras teme que o movimento grevistas se alastre por categorias também em luta de outras empresas estatais e no servidores públicos também sob ataque. Uma greve desta magnitude poderia impor uma grande derrota ao projeto de privatização de Guedes e Bolsonaro.

A greve dos petroleiros ganha a simpatia da população. Com ações de conscientização, sindicatos de petroleiros realizam a venda de botijões de gás à população a R$ 40,00, o preço real do produto se não houvesse a atual política de preço dos combustíveis.

“A Greve dos petroleiros é para aumentar a produção”, afirma Cibele Vieira, Diretora da FUP (Federação Única dos Petroleiros) e uma das participantes da comissão de negociação e hoje se encontra acampada dentro do prédio da Petrobras no Rio de Janeiro. O movimento grevista defende preços mais justos para os combustíveis, e a defesa da soberania do país sobre o petróleo.

O que querem os petroleiros?

O estopim da greve foi o descumprimento por parte da diretoria da Petrobras, do Acordo Coletivo de Trabalho, firmado em novembro passado. Neste acordo fica proibida a demissão em massa, em qualquer empresa ligada à Petrobras, sem discussão prévia com as entidades sindicais.  Porém, em janeiro a ANSA (Araucária Nitrogenados) empresa de propriedade da Petrobras, anunciou a demissão de 1000 trabalhadores na Fábrica de Fertilizantes (Fafen-PR).

As demissões rompem com o acordo firmado entre sindicatos e a direção da Petrobras, inclusive com mediação do TST. O Acordo diz “A Companhia não promoverá despedida coletiva ou plúrima, motivada ou imotivada, nem rotatividade de pessoal (turnover), sem prévia discussão com o Sindicato”, garante a Cláusula 26 do Acordo Coletivo da Araucária Nitrogenados, cuja redação é a mesma da cláusula 41 do Acordo pactuado com a Petrobrás, sobre dispensa coletiva. Logo, é a direção da Petrobras que deve ser responsabilizada, não os sindicatos e o movimento grevista.

Continuidade da greve e solidariedade

O movimento grevista continua em todo o país. Os sindicatos decidiram manter a greve mesmo depois da decisão autoritária de Ives Gandra. O movimento reafirma a necessidade de negociação recusada pela empresa e o cumprimento do Acordo Coletivo.

Neste sentido ocorreu nesta segunda-feira em São Paulo a Plenária Conjunta das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo com o objetivo de organizar ações de apoio aos grevistas. A Intersindical Central da Classe Trabalhadora este presente, prestando sua solidariedade ao movimento grevista.

Ficou definido nesta Plenária:

  1. Articulação Local com os sindicatos de petroleiros: Todos os movimentos sociais e sindicais devem contribuir no reforço das atividades nas portas das unidades da Petrobras. Para isso, devem procurar o sindicato dos petroleiros da região e combinar o tipo de atividade de solidariedade que deve ser realizado.
  2. Romper com o bloqueio midiático: A grande imprensa não noticia a greve. Cabe as organizações da sociedade civil utilizarem os canais disponíveis para divulgar a greve, sua situações e seus propósitos. É fundamental que todos os meios de comunicação das entidades estejam contribuindo na divulgação da greve.
  3. Campanha Financeira: Será instituído um fundo de greve para apoiar as ações da greve.
  4. Ações junto à população: É necessário estimular ações de contato com a população para que a greve tenha adesão da maior parte do povo. Neste sentido, ações como panfletagem, venda de botijão de gás a 40 reais em bairros de periferia e outras ações deve ser desenvolvidas.
  5. Mobilização nos estados: É necessário estimular a realização de Plenárias de unidade dos movimentos sociais e sindicais nos estados para desenvolver as atividades de solidariedade.

Próximas agendas

18/02 –  Grande Ato na sede da Petrobras no Rio de Janeiro em apoio à greve.

20/02 – Ato em São Paulo em apoio a greve.

Todos os dias – Piquetes na porta das unidades da Petrobras em todo o país. 

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