Greve dos Bancários forte exige respeito nas negociações!

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Já vamos para o 8º dia de greve, nesta terça (13/9). A situação em Santos é de 90% da categoria paralisada. Nas demais cidades da Baixada Santista as paralisações atingem 70% das agências.

Os bancários e bancárias continuaram com determinação a greve nesta segunda-feira 12. Vão para o 8º dia de greve (terça) unificados e fortes para pressionar os bancos a apresentarem proposta justa. O Comando Nacional dos Bancários volta a se reunir com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), a partir das 14h, desta terça-feira (13). Os banqueiros já sabem que para encerrar a greve no Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Federal, Itaú, Santander e demais bancos  tem de mudar de fato a proposta.

Nas duas apresentadas até agora, os bancos – setor que mais lucra no Brasil – tentaram impor perdas aos trabalhadores. A primeira proposta, apresentada nos dias 29 e 30, foi de 6,5% de reajuste mais R$ 3 mil de abono – perda de 2,8% para a inflação que até então estava projetada em 9,57%. Rejeitada em assembleias por unanimidade no país todo, levou à greve dia 6. A segunda veio na sexta-feira 9: índice de 7% mais abono de R$ 3.300 – perda de 2,39% para uma inflação agora já fixada em 9,62% (INPC).

A proposta foi rejeitada pelo Comando na mesa de negociação, já que essa política de reajuste rebaixado levaria a categoria bancária à mesma situação vivida nos anos 1990, de grandes perdas para os trabalhadores. O pagamento de uma parcela de abono não se reflete em férias, 13º, FGTS, VA, VR, auxílios, previdência. Além disso, pelo proposto, as regras para a PLR continuariam as mesmas de 2015 e o vale-cultura seria extinto a partir de dezembro. A Fenaban também não trouxe resposta para reivindicações fundamentais para os bancários, como a proteção aos empregos, mais contratações, melhores condições de trabalho, mais saúde, segurança, fim da desigualdade entre homens e mulheres, auxílio-creche maior, vale-refeição durante a licença-maternidade.

“O que há nas negociações por parte dos bancos é desrespeito com os trabalhadores e tentativa de desvalorizar os salários, direitos e benefícios. Esta política de abono em parceria com índice abaixo da inflação já foi utilizada no governo de FHC e reduziu em mais de 100% os salários da categoria, principalmente dos funcionários do Banco do Brasil e empregados da Caixa Econômica Federal. Por isso, não podemos tolerá-la, ainda mais sabendo que no ano passado os cinco maiores bancos brasileiros lucraram quase R$ 70 bilhões! O lucro é 16,2% maior que o alcançado em 2014”, diz Eneida Koury, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.

A perversidade do Abono Salarial

“Vamos alertar sempre a categoria de que abono é uma estratégia utilizada pelas empresas para achatar os pisos de ingresso e não recompor o poder de compra dos salários, com o objetivo claro de acumular lucro”, afirma Ricardo Saraiva Big, secretário geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região. O abono reflete de forma negativa e produz perdas sobre o 13° salário, férias, INSS, FGTS, PLR, sendo que após um ano não existirá mais e as perdas inflacionárias persistiram nos salários. O valor apenas resolve os problemas imediatos do mês. E sendo assim, os bancos não contabilizam a quantia na folha seguinte.

Principais reivindicações dos Bancários (as)

Reajuste salarial: reposição da inflação (9,57%) mais 5% de reajuste;

PLR: 3 salários mais R$8.317,90;

Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último);

Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo);

Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês;

13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês;

Melhores condições de trabalho com o fim das metas e do assédio moral que adoecem os bancários;

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas;

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários;

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Fonte: Sindicato dos Bancários de Santos e Região

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