Greve continua no Hospital de Caridade de Florianópolis

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Desde o dia 20 de dezembro, as trabalhadoras e os trabalhadores do Hospital de Caridade, de Florianópolis, estão em greve. Reivindicam o recebimento do 13° salário, que deveria ter sido pago até o dia 6 deste mesmo mês.

Vale registrar que o Hospital de Caridade é uma instituição privada, administrada por uma “irmandade” que, recentemente, deixou até mesmo de atender pelo Sistema Único de Saúde – SUS.

Este patronato, pouco conhecido mas bastante influente na cidade e na região, tentou desmobilizar a greve, pagando o 13° para uma parte da categoria. Esta artimanha, ao invés de esvaziar a greve, a intensificou.

Aliás, fazer provocação é algo corriqueiro pela administração do Hospital de Caridade, ao ponto de, numa tentativa de negociação, um dos gestores chegar a afirmar que “os funcionários ‘fugiram’ do hospital”. A frase expressa uma mentalidade escravocrata indisfarçável. Até porque trabalhadoras e trabalhadores em greve tinham deixado legalmente o local de trabalho e estavam justamente no portão de acesso ao hospital.

Os patrões, administradores privados do Hospital de Caridade, perderam todas as ações na justiça. Já receberam o prazo judicial de 48 horas pra pagar integralmente o 13°, mas não cumpriram o prazo. Por isso, desde hoje cedo, as contas do hospital estão bloqueadas, e o pagamento será feito pela justiça.

Ao mesmo tempo, alguns administradores têm ido para as redes sociais fazer apelações melodramáticas, tentando convencer a sociedade a fazer movimento de doação para o hospital.

Em primeiro lugar, é bom esclarecer que o problema do Hospital de Caridade é justamente a sua gestão, feita por essa irmandade. Agora fingem chorar, mas acabaram de construir uma ala nova e moderna no hospital, tão nova e tão moderna que sequer foi aberta totalmente, pois falta “cliente” com poder aquisitivo (dinheiro) para usar tão luxuoso espaço. Construir ala nova e não ter dinheiro para pagar o 13° seria incompetência, ou descaso e má fé?

É preciso registrar também que tal gestor, assim como maioria da tal irmandade, não são pessoas pobres e voluntárias da sociedade. Pelo contrário, tem ali portadores dos mais altos salários, bem acima do teto legal, cujo 13° foi pago em dia.

Passamos o Natal em greve, com o hospital esvaziado.

Neste dia 26, trabalhadoras e trabalhadores estão novamente nos portões de acesso, firmes na greve, e, como sempre, à disposição da Justiça do Trabalho e dá administração do Hospital de Caridade para negociar os direitos da categoria em greve e a retomada dos serviços. Enquanto isso, permanecem firmes na luta para garantir, na prática, um direito que a letra fria da lei traz há muito tempo.

Agradecemos a solidariedade das entidades , das diversas pessoas que todos os dias passam por aqui, que mandam notas , que entendem esse movimento legítimo.

Viva a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Hospital de Caridade!!!

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