Fundo anunciado por mineradora para ajudar vítimas da tragédia em Minas Gerais ainda não saiu do papel

Imagem: Comunicação da Intersindical
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O fundo anunciado pela BHP Billiton, Vale e Samarco Mineração para ajuda às vítimas da tragédia de Mariana, na região Central de Minas Gerais, ainda não saiu do papel e muito menos chegou ao contingente de desabrigados. A denúncia foi feita nesta sexta-feira (13), pelo jornal O Tempo.

O prefeito de Mariana, Duarte Junior, garantiu em entrevista ao jornalque não foi informado da iniciativa. O anúncio foi feito pelas empresas há dois dias, para aplacar a fúria da mídia, mas até agora não há nenhum detalhe sobre a proposta.

O coordenador de desenvolvimento sócio-institucional da Samarco, Estanislau Klein, não soube precisar quando o fundo sairá do papel à reportagem.

O prefeito de Mariana também disse que há sim uma trinca de três metros, visível a olho nu, na barragem de Germano, contrariando os desmentidosda Samarco, que nega haver trincas nesta terceira barragem.

A informação sobre a trinca foi colhida por meio de drones, uma vez que a empresa tem impedido o acesso de pessoas e jornalistas ao local. O boato já circulava pela região há semanas.

Responsáveis

Na quinta-feira (12), a presidente Dilma Rousseff visitou as áreas afetadas, anunciou que a mineradora Samarco será multada em R$ 250 milhões por danos causados pelo rompimento das barragens de Fundão e Santarém, em Mariana, e afirmou que as empresas têm que ser responsabilizadas, criar uma equipe local para arcar com o atendimento emergencial da população, além da busca por soluções mais estáveis para os problemas gerados pelas barragens e pela reconstrução do que foi destruído.

Os cinco pontos que justificam as multas aplicadas até o momento à Samarco: “Causar poluição de rios, provocando danos à saúde humanos, tornar área urbana imprópria para ocupação humana, causar poluição hídrica que leve à interrupção do abastecimento público de água, lançar resíduos em desacordo com os padrões de qualidade exigidos em lei e provocar emissão de efluentes ou carreamento de materiais que provoquem dano à biodiversidade”, disse.

A lama tóxica segue fazendo estragos ao longo do Rio Doce. A previsão é de que toda a sujeira chegue ao mar na segunda-feira (16). Cinco cidades mineiras já estão sem água: Governador Valadares, Periquito, Galiléia, Tumiritinga e Alpercata.

O Rio Doce nasce em Minas Gerais, nas serras da Mantiqueira e do Espinhaço, e atravessa 17 municípios até desaguar em Regência, um distrito de Linhares, no Espírito Santo. Suas águas abastecem dez cidades.

Leia também: Negligência de duas gigantes da mineração varre cidades mineiras e seus moradores

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