Em defesa da democracia e contra a Rede Globo, milhares marcham até a sede da emissora

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Na noite desta quinta-feira (24) cerca de 30 mil trabalhadores organizados na Frente Povo Sem Medo tomaram novamente as ruas para defender a democracia e para rechaçar o clima de golpe que os setores à direita tentam implantar no país.

Movimentos sociais e sindicais como MTST, Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Brigadas Populares entre outras que compõem a Frente, se reuniram no Largo da Batata para marchar até a Rede Globo de Televisão, que nas últimas semanas têm sido umas das principais articuladoras de uma onda de ódio contra quem se posiciona a favor de reformas populares para o Brasil.

“Nós estamos nas ruas para deter uma ameaça à democracia que está acontecendo no nosso país. Essa ameaça busca atacar liberdades e garantias que temos em nossa constituição e semeia intolerância e ódio nas ruas e que, covardemente, não aceita aqueles que pensam diferente. Mas que fique muito claro que não estamos nas ruas para defender governo nenhum”, disse Guilherme Boulos, Coordenador Nacional do MTST.

Boulos também lembrou do Dia Nacional de Mobilizações, que acontecerá no próximo dia 31, em Brasília e outras capitais do país, contra a Reforma da Previdência, o Ajuste Fiscal, pelo Fora Cunha e contra o impeachment. “O que estamos fazendo hoje, e faremos no próximo dia 31, em Brasília, não é ameaça, é conhecer a história do povo brasileiro que sempre lutou pelos seus direitos”.

Edson Carneiro Índio, Secretário Geral da Intersindical ressaltou o projeto à direita que está em curso: “há meses que o grande capital e a direita partidária articulam uma ofensiva golpista para impor o neoliberalismo mais duro e ainda mais nefasto aos interesses populares. Eles querem aumentar a exploração da classe trabalhadora ao limite, ampliar a exploração dos recursos naturais”.

“Nós sabemos que Roberto Setúbal – presidente do Banco Itaú, Paulo Skaf – da Fiesp, a Rede Globo e o Juiz Sergio Moro querem é derrubar o governo Dilma para colocar no lugar um governo ainda mais comprometido com o capital financeiro”.

No entanto, apesar de ser contra o golpe de impeachment em curso, Índio esclareceu que a posição da Intersindical é de crítica ao executivo do Governo Federal: “É importante dizer que, para a Intersindical, ser contra o impeachment e contra o golpe não significa apoio ao governo Dilma. Temos claro que esse governo aplica uma política econômica de altos juros, o ajuste fiscal, cortes na moradia e na saúde e a lei antiterror. Temos de combater o golpe, mas continuar na luta pela mudança da política econômica”.

Índio não deixou de ressaltar que pautas do projeto neoliberal que estão tentando fazer avançar envolve a Independência do Banco Central, a terceirização geral e irrestrita – que precariza ainda mais os empregos, aprovar negociado sobre legislado – que faz com que a legislação trabalhista só valha se não houver convenção ou acordo coletivo que diga o contrário e a aprovação redução da maioridade penal.

Durante a marcha, por todo o percurso se ouvia da multidão palavras de ordem como “a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a Ditadura”, em referência ao apoio que a emissora deu ao Golpe Civil-Militar de 1964.

Cartazes lembravam dos mais de R$ 600,00 milhões que a Rede Globo deve em sonegação fiscal e que apesar de a empresa agir com caráter privado, enquanto veículo de comunicação, eles dependem de uma concessão pública para funcionar.

Outros cartazes deixavam claro que todos somos contra a corrupção, mas pediam o fim da justiça de exceção, em referência à Operação Lava Jato, que apesar de investigar políticos de diversos partidos como o PSDB, PMDB, PSD, PSC, entre outros, a operação e a mídia estão focados em capturar especialmente políticos do PT.

Ao final, na sede da Globo, foi organizado um escracho, mesmo com o grande contingente de Policiais Militares protegendo o prédio da emissora.

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