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Diante de calote e demissões, trabalhadores ocupam Estaleiro Mauá

Imagem: Comunicação da Intersindical
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INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora

A parte alugada pelo Mauá para o Estaleiro Brasa também foi paralisada. Ocupação pode provocar prejuízo de R$ 500 mil por dia para empresa.

O Estaleiro Mauá (EISA Petro UM) está ocupado desde a manhã de hoje por trabalhadores que tiveram seus direitos ignorados. Os 1000 funcionários do Estaleiro Eisa Um (Estaleiro Mauá) demitidos não receberam até agora suas indenizações. Outros 400 que na semana seguinte foram colocados no olho da rua também não viram a cor do dinheiro.

Os 2 mil metalúrgicos que estão em licença por tempo indeterminado não receberam seus salários e não têm ideia do que irá acontecer. A falta de informação e o descaso da empresa forçaram os trabalhadores a tomar uma atitude para fazer doer no bolso dos empresários.

Após assembleia realizada na porta do estaleiro, hoje pela manhã, os trabalhadores decidiram pela ocupação. Os prejuízos com a paralisação das atividades podem com a chegar a R$ 500 mil por dia.

“A orientação é dormir aqui, acampar e trazer mais pessoas”, afirma o dirigente sindical da categoria José Batista Júnior, conhecido como Júnior Metalúrgico.

Ocupação

Um grupo de 350 pessoas conseguiu entrar no estaleiro Mauá com o carro de som e paralisar as poucas atividades ainda em curso no local.

O que mais pesa para a empresa é a paralisação das atividades do navio plataforma Cidade de Maricá, importado da China e que servirá à Petrobras. O Estaleiro Mauá alugou parte de suas instalações para o Estaleiro Brasa finalizar o Cidade de Maricá e poderá perder até R$ 500 mil por dia com a suspensão dos trabalhos no local.

O setor de reparos também foi paralisado. “A segurança teve que recuar, os trabalhadores estão mobilizados e estão convocando mais pessoas para estarem aqui amanhã”, diz Júnior Metalúrgico, que também é dirigente da Intersindical Central da Classe Trabalhadora.

Petroleiros fazem manifestações em Brasília

O setor naval está realizando milhares de demissões evocando a crise na Petrobras. Apesar de terem lucrado bilhões nos últimos anos, jogam sobre os trabalhadores o ônus da crise. E isso não é aceitável. Os trabalhadores esperam outro desfecho para a crise, que respeite empregos e a importância da atividade econômica para o país.

“Por isso, os metalúrgicos dos estaleiros defendem a política de conteúdo nacional da Petrobras, seu regime de partilha e defende o controle estatal do petróleo da camada pré-sal”, conclui Júnior Metalúrgico.

Está marcada para hoje (14), em Brasília, uma forte mobilização de petroleiros diante da ameaça do Projeto de Lei do Senado (PLS) 131/15, do senador José Serra (PSDB-SP), que pode transferir para as multinacionais os lucros que o povo brasileiro teria com a exploração dos recursos do pré-sal.

O ato tem o apoio da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras. A votação do projeto está na pauta do Senado desta semana, mas o regime de urgência caiu e os movimentos sociais ganharam mais tempo para protestar e pressionar os parlamentares.

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