Desemprego dobra. Patrões preparam arapuca maior no Congresso para exterminar os empregos

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Nos dois anos de recessão para implementar a agenda do golpe, o número de desempregados quase dobrou. Eram 6,7 milhões de desocupados em 2014 e 11,7 milhões em 2016 (5 milhões de pessoas a mais desempregadas).

O número de empregados com carteira assinada no setor privado recuou (-3,9%), passando de 35,7 milhões, em 2015, para 34,3 milhões em 2016.

O rendimento médio real habitual de todos os trabalhos se contraiu em 2,3% entre 2015 e 2016 (caindo de R$ 2.076 para R$ 2.029).

A massa de rendimento real habitual também registrou queda de 3,5% (de R$ 185.354 milhões para R$ 178.865 milhões). Os dois anos de recessão reduziram o rendimento médio real de todos os trabalhos em 2,6%, para R$ 2.029. Em 2014, esse valor estava em R$ 2.083.

Ao mesmo tempo em que o patronato chantageia o trabalhador com a ameaça de demissão ou a proposta de redução de salário, a mídia, controlada pelo grande capital, enfatiza a reforma trabalhista e a criação de empregos informais como solução. Uma verdadeira arapuca contra o trabalhador!

Arapuca anunciada

Imagine ficar em casa à mercê da empresa e só receber pelas horas em que efetivamente esteve trabalhando por lá, podendo até receber abaixo do salário mínimo (jornada intermitente), ou trabalhar fixo com uma jornada de 12 horas por dia, almoço de 30 minutos e uma folga por semana, ter as férias divididas em três vezes ou até mesmo suprimidas se o patrão assim determinar…

O retrocesso trabalhista proposto pelo governo Temer é a maior ameaça aos direitos dos trabalhadores da história recente. Principalmente nas propostas de lei que tentam anular a CLT (Consolidação das lis do Trabalho) e tornar as negociações entre patrões e empregados com força acima da lei.

“Se hoje a chantagem do grande capital já é grande, imagine se essa reforma trabalhista for aprovada. Os retrocessos nos direitos sociais já foram imensos em 2016, caso do congelamento dos investimentos essenciais em saúde, educação e assistência social por 20 anos, a renegociação da dívida dos estados conforme os interesses dos rentistas e o desmonte da previdência que se for aprovado jogará milhares de trabalhadores e trabalhadoras na miséria absoluta fazendo com que trabalhem até morrer”, alerta Amauri Soares, integrante da direção nacional da Intersindical Central da Classe Trabalhadora.

Salários menores

De acordo com o levantamento Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em 2016, quase metade (47,9%) das negociações salariais resultaram em reajustes abaixo da inflação.

Menos de um terço (29,9%) ficaram acima, ou seja, tiveram reajuste real, e (16,4%) iguais à inflação acumulada em 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), até a data-base de cada categoria.

O piso mediano negociado em 2016 foi de R$1.062 (20% maior que o salário mínimo, de R$ 880 e 1,3% maior do que o mediano negociado em 2015, que havia ficado em R$ 1 .048). Nas convenções coletivas, o piso mediano foi R$ 1042, enquanto nos acordos coletivos foi R$ 1070.

Ainda segundo o levantamento, em 2016 ocorreram 353 acordos de redução salarial, dos quais apenas 118 (33,4%) utilizaram o Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Em 2015, foram 284 acordos com redução, sendo que 48 (16,9%) utilizaram PPE.

“Precisamos unir organizações populares e entidades representativas contra as reformas trabalhista e previdenciária. A greve geral segue sendo uma necessidade e será uma possibilidade se as centrais sindicais agirem honesta e francamente na construção de uma agenda unitária”, reforça a Intersindical.

Fonte: INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora

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