Demissões na Usiminas podem acabar com 40 mil empregos indiretos na Baixada Santista

Imagem: Comunicação da Intersindical
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INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora

A Usiminas, com sede em Cubatão, na Baixada Santista, expediu um comunicado na última quinta-feira (29/10) informando que pretende demitir 4 mil trabalhadores nos próximos quatro meses em razão da suspensão da produção de aço, a partir do desligamento de seu segundo auto-forno.

O impacto destas demissões, no entanto, é bem maior: cerca de 40 mil empregos indiretos. Os prefeitos de nove cidades da Baixada Santista se uniram, preocupados com a paralisação da economia local e a perda da arrecadação, em uma moção pública na qual solicitam que a Usiminas reverta a decisão de descontinuar a produção de aço em Cubatão.

Sindicatos da Baixada Santista e litoral se reuniram na quarta-feira (3/11) para criar uma agenda de mobilizações no sentindo de evitar essa tragédia. A reunião foi realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos), que representa 3 mil terceirizados em atividade na fábrica de aço.

Ricardo Saraiva Big, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e diretor da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, esteve presente e informa que todos os trabalhadores devem estar unidos para evitar essa tragédia social de proporções incalculáveis.

“Nós, da Intersindical, vamos fazer todo o esforço, somado aos trabalhadores e a outras centrais sindicais, para tentar reverter essa situação”, garante Big.

Impacto

Além do impacto direto sobre os 4 mil demitidos e suas famílias, algo estimado em torno de 10 mil pessoas diretamente prejudicadas pelas demissões, toda a economia da Baixada Santista será afetada em uma reação em cadeia.

São esperadas rescisões de contratos com prestadores de serviços (empreiteiras, empresas de transporte, fornecedoras de alimentos e insumos), até serviços como convênios médicos, escolas e a consequente geração menor de tributos.

A importância da Usiminas em Cubatão (a antiga Cosipa) como empregadora só é equivalente às unidades da Petrobras e às instalações portuárias em Santos e Guarujá.

Há rumores de que a Usiminas possa transformar sua atividade industrial em portuária, o que resultaria em milhares de demissões.

Reação

Trabalhadores, sindicatos, representantes da sociedade civil e do poder público estarão mobilizados no próximo dia 11 de novembro em uma paralisação geral na Baixada Santista para chamar atenção do governo federal e de todo o Brasil para as consequências que essas demissões trarão para toda a região.

“Mais uma vez os caras transferem a conta da crise para os trabalhadores, não podemos permitir que isso aconteça”, afirma Big.

Comunicado

No comunicado oficial da Usiminas, a empresa informou que “este ajuste no quadro funcional deverá ocorrer com mais intensidade no início de 2016, acompanhando o cronograma de desligamento dos equipamentos da usina, que deverá ser concluído em três ou quatro meses”.

A Usiminas vai parar os dois fornos (um já estava abafado desde maio) e deixará de produzir aço em Cubatão. Também suspenderá as atividades das sinterizações, coquerias, aciaria e atividades associadas a essas áreas. A unidade passará a concentrar atividades nas áreas de laminação (tiras a frio e tiras a quente) e terminal portuário.

A usina de Cubatão deixará de produzir placas, mas serão mantidas as atividades das linhas de laminação a quente e a frio, bem como as operações relacionadas a seu terminal portuário. A linha de laminação de chapas grossas continuará temporariamente suspensa. Hoje, cerca de 40% do aço bruto produzido pela Usiminas vem dessa unidade.

As medidas decorrem, segundo a empresa, de problemas do cenário econômico nacional e da queda na produção e venda de produtos siderúrgicos. E são desencadeadas em decorrência do balanço de resultados do terceiro trimestre do ano, que registrou prejuízo líquido de R$ 1,042 bilhão, ante perdas de R$ 24 milhões no mesmo período de 2014.

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