Combater a dispersão e afirmar a solidariedade de classe

Imagem: Comunicação da Intersindical
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A reorganização do capitalismo promoveu profundas transformações no chamado “mundo do trabalho”. Não somos mais a classe trabalhadora fordista, concentrada em grandes unidades, com um determinado tipo de rotinas de trabalho que permitia menores dificuldades de organização e luta.

Fragmentados e dispersos e submetidos a diversos tipos de contratação do trabalho (terceirizados, contratados diretamente, informais, PJs, estagiários/as, trabalho “por conta” etc), com dificuldades de estabelecer vínculos e identidades de classe e impactados pelo individualismo que marcam a sociedade do consumo, a luta sindical sofreu baixas, mas permanece estratégica para a defesa dos interesses populares.

Por outro lado, a chegada de um ex-sindicalista à presidência da república e as lomêmicas em torno de como tratar o governo ampliou a divisão do movimento sindical. Temos, ainda, muitas entidades e militantes dispersos, sem uma referência nacional para fortalecer suas lutas cotidianas.

A Intersindical Central da Classe Trabalhadora se coloca o desafio de articular e unificar esses setores dispersos e aqueles/as que discordam da prática política de outras organizações.

O desafio é fazer o caminho inverso ao da dispersão. É necessário unir os mais diversos setores para consolidar uma prática sindical democrática e plural, que tenha independência dos patrões e governos e que não seja correia de transmissão de partidos ou grupos.

O 1º Congresso da Intersindical será um passo decisivo nessa direção. A tarefa coletiva é consolidar uma Central da Classe Trabalhadora que atue decididamente nas lutas cotidianas, articulando sempre com a luta política que permita construir uma realidade justa, igualitária, democrática e socialista. Junte-se a esse processo. Seja você também um agente da construção da unidade e da solidariedade de classe.

Não vamos pagar pela crise!

A saída é a organização por reformas populares!

O Brasil está pautado pela abertura do processo de impeachment da presidente Dilma e pelo Fora Cunha.

A Intersindical não apoia o governo tampouco defende sua política, que julgamos indefensável. No entanto, o impeachment da forma como está formulado neste momento, pode significar um profundo retrocesso ao colocar Michel Temer para impor idade mínima para aposentadoria, acabar com a vinculação da aposentadoria ao salário mínimo, aprovar a terceirização irrestrita, ampliar as privatizações, acabar com a destinação constitucional de verbas para saúde e educação públicas e impor a prevalência do negociado sobre o legislado, acabando com os direitos trabalhistas garantidos na CLT. 

Por outro lado, é fundamental impedir que Cunha prossiga à frente da Câmara ou mesmo com mandato de deputado federal. Suas contas na Suíça, seus crimes de lavagem de dinheiro e chantagens justificam isso. Além disso, Cunha liderou a maior maratona parlamentar para exterminar direitos das/os trabalhadoras/es, das mulheres, da juventude pobre e negra, indígenas.

Que os ricos paguem: imposto sobre grandes fortunas e ganhos de capital!

A crise econômica se aprofunda com as medidas de ajuste fiscal do governo federal e governos estaduais. Enquanto isso, banqueiros e rentistas aumentam seus ganhos.

É a classe trabalhadora, o povo, que sofre com redução do salário e o desmonte de políticas e investimentos sociais. O desemprego cresce de maneira vertiginosa, levando milhões ao desespero e à miséria. Num país em que a imensa maioria vive nas cidades, sem possibilidade de ter alimentação segura, sem direito à moradia, ao transporte coletivo com dignidade e sem políticas públicas vigorosas, uma taxa de desemprego nos dois dígitos será uma tragédia para milhões de trabalhadores, principalmente para o povo negro, as mulheres, a juventude pobre, as LGBTs, imigrantes, indígenas e deficientes.

Uma saída da crise que beneficie a maioria da população brasileira só se dará com muita mobilização popular e enfrentamentos aos interesses do sistema financeiro e agronegócio, em defesa das reformas populares.

Mudança da política econômica com redução drástica dos juros, reforma tributária com taxação das grandes fortunas e dos ganhos de capital, democratização dos meios de comunicação, reforma urbana e agrária, redução da jornada de trabalho, auditoria da dívida pública, fim da terceirização e fortalecimento da seguridade e do papel social do estado.

É preciso somar forças e unificar os movimentos sociais. Só assim será possível romper com a pauta regressiva de direitos e lutar por reformas populares. A constituição da Frente Povo Sem Medo é a mais importante iniciativa nesse sentido e nossa central tem feito todo esforço para apoiar sua constituição.

A hora é de unificar as lutas populares e tomar as ruas, além de ampliar a organização nos locais de trabalho.

Saiba mais:
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