Berta Cáceres, ativista indígena de Honduras, é assassinada a tiros em casa enquanto dormia

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Berta Cáceres foi assassinada nesta quinta-feira (3), em sua casa em La Esperanza, Honduras, na região onde se destacou na defesa do rio Gualcarque contra projetos hidrelétricos e minerários e na promoção dos direitos de comunidades indígenas e tradicionais. Sua morte, na véspera de seus 44 anos, acontece num momento em que comunidades Lenca estão sendo removidas de suas terras e o projeto hidrelétrico Agua Zarca, derrotado em 2013, ressurge querendo interromper águas sagradas para o povo Lenca.

Semana passada Cáceres participou de uma conferência de imprensa na qual revelou que quatro líderes de sua comunidade haviam sido mortos e que vários outros haviam recebido

Segundo relatos da mídia local, dois homens invadiram a casa de Cáceres por volta de 1h da manhã, quando a dirigente já estava dormindo, e a mataram a tiros.

​ A líder indígena da etnia Lenca já havia recebido inúmeras ameaças de morte por defender as lutas de seu povo, liderar manifestações pelo meio ambiente, contra a construção de hidrelétricas, e, também, por encabeçar os protestos de 2009 contra o golpe de Estado que derrubou o então presidente Manuel Zelaya.

Em 2013, a ativista também ficou conhecida por denunciar os planos dos EUA de instalar em Honduras a maior base militar norte-americana em toda a América Latina. Em suas declarações, ela afirmava que a instalação seria “um projeto de dominação e colonização com o propósito de saquear os recursos dos bens comuns da natureza” na nação da América Central.

Em 2015 recebeu o prêmio Goldman, considerado o Nobel do Meio Ambiente, em decorrência de sua luta em defesa das comunidades rurais hondurenhas. Na ocasião Cáceres afirmou “O que nos inspira não são os prêmios, mas os princípios. Aqui, com reconhecimento ou sem, lutamos e vamos continuar lutando”.

As comunidades indígenas lencas, que habitam o ocidente hondurenho, lutam em defesa de seu território ancestral que está ameaçado por projetos hidroelétricos e mineradoras aprovados pelo governo sem consultas aos moradores.

Cáceres dedicou sua vida a denunciar as expropriações e violação aos direitos humanos impulsionadas pelo governo em territórios ancestrais. Além disso, cobrou ampliação de serviços básicos de saúde e assistência rural.

 

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