Ato de lançamento da Frente Povo Sem Medo lota auditório em São Paulo

Imagem: Alexandre Maciel
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Movimentos sociais e seus representantes lotaram na noite desta quinta-feira (8) o auditório do Clube Transmontano, no centro de São Paulo, para o ato de lançamento da Frente Povo Sem Medo. O evento também homenageou os 48 anos da morte de Ernesto Che Guevara.

“Quando Che morreu, nas montanhas da Bolívia, os sonhos que ele carregava não morreram junto e ficaram na esperança e na luta de cada militante social da America Latina. E hoje, nesta data histórica, nós tomamos a iniciativa de construir a Frente Povo Sem Medo, disse Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

“Ao contrário da direita, nós trabalhamos com a diversidade. Essa frente é contra esta elite conservadora, contra as políticas de austeridades e defende uma saída com o povo com a cara deste plenário hoje, nordestino, negro, jovem, mulher, trans, sem teto, onde tem a diversidade unida para fazer luta”, explicou Boulos.

A Frente Povo Sem Medo foi formalmente organizada para fortalecer a esquerda e suas mobilizações nacionais contra toda e qualquer tentativa de retrocesso social e a retirada de direitos conquistados. “De um lado, as forças mais atrasadas querem nos impor uma agenda de retrocessos, apresentados como ‘modernidade’: ampliação da terceirização, contrarreforma política, reforma da previdência, redução da maioridade penal, privatização da Petrobras, entre outras. Do outro lado, o governo federal aplica uma política econômica de aumento de juros, corte nas áreas sociais, ataques aos direitos dos trabalhadores, ampliando a precarização e as demissões”, explica o manifesto da Frente.

” O lançamento da Frente Povo Sem Medo acontece em um momento muito importante da luta de classes no Brasil e no mundo. No Brasil, o opção por um ajuste fiscal joga nos ombros da classe trabalhadora o custo de uma crise provocada pela lógica de um sistema desregulamentado, o que facilita a ofensiva da direita”, explica Edson Carneiro Índio, Secretário Geral da Classe Trabalhadora.

” Temos de derrotar a ofensiva dos setores da direita representada por Eduardo Cunha e pelo sistema financeiro que se apropria da enorme maioria da riqueza produzida no nosso país”, continuou. Ele destacou que os desafios da Frente é enfrentar as pautas antipopulares que estão em curso no congresso, como a redução da maioridade penal, o fim do financiamento empresarial de campanha, a lei antiterror, e, recentemente, o negociado sobre o legislado.

“A Frente Povo Sem Medo surge para construir a unidade, para fazer que a conta seja paga pelos ricos e para dizer que precisamos recolocar na pauta do país as pautas estruturais que cheguem à raiz dos problemas”, afirmou.

Diversos intelectuais e lutadores sociais marcaram presença na atividade ou enviaram sua saudação para ser lida no plenário.

Douglas Belcchior, coordenador da UNEAfro, lembrou que a permanência do povo no Brasil é fruto de muita resistência. “Portanto, se a história do Brasil é uma história de genocídio, de violência e estupro, também é uma história de resistência e de garra do povo brasileiro”.

A cartunista Laerte Coutinho destacou a importância do enfrentamento ao ódio que ataca a diversidade de gênero. “Este é um momento onde a diversidade se faz presente. Como avançar? Sem medo e sem ódio!”, exclamou.

O Juiz do Trabalho, Jorge Luiz Souto Maior, ressaltou que é tempo de “solidariedade na luta por uma sociedade igualitária e humana. É hora de radicalidade na construção das utopias”.

A Frente reúne quase 30 movimentos representados em mais de 15 Estados, entre eles, a Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE), Central do Trabalhador e Trabalhadora Brasileira (CTB), União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (UNEAFRO), entre outros e conta com mais 100 apoiadores, entre eles parlamentares, artistas e intelectuais como Vladimir Safatle, Reginaldo Nasser, Odilon Guedes e muitos outros.

Leia a Carta de Princípios de Frente Povo Sem Medo:

Povo sem medo é uma frente unitária de movimentos sociais que tem como maior objetivo a realização de amplas mobilizações sociais populares.

Como uma frente unitária de ação, povo sem medo respeita os diversos posicionamentos políticos dos movimentos que a compõe, mas se identifica publicamente a partir das ações e bandeiras deliberadas coletivamente.

Povo sem medo valoriza e estimula o trabalho de base, a formação de militantes e o rigoroso comprometimento étnico com métodos de fortalecimento dos movimentos sociais.

Povo sem medo não tem como objetivo a defesa de qualquer governo ou governante, mantendo a autonomia como grande principio.

Povo sem medo não tem nenhuma perspectiva eleitoral no seu processo de construção.

Povo sem medo é uma frente independente política e financeiramente de qualquer governo ou órgão de estado

Povo sem medo tem o manifesto de lançamento com o eixo político norteador de suas ações e poderá buscar unidade com outros setores q façam a luta contra a política de austeridade e conservadorismo, assim como defenderá a solidariedade da classe aos setores em luta.

Povo sem medo utiliza o consenso progressivo como método de construção da unidade e de deliberações sem permitir, contudo, que o método paralise ou obstrua suas iniciativas.

Povo sem medo terá uma secretaria operativa nacional composta por representantes de movimentos nacionais ou interregionais integrantes responsável por garantir o debate coletivo para organização das mobilizações e definição das pautas.

Povo sem medo buscará formar secretarias operativas estaduais com representação dos mais diversos movimentos integrantes da frente, que deverão respeitar a diversidade de opiniões dos movimentos e funcionar pelo método do consenso progressivo.

Está lançada a Frente Povo Sem medo!

Compõem a unidade da Frente Povo Sem Medo as seguintes entidades:

Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)
Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
União Nacional dos Estudantes (UNE)
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes)
Associação Nacional dos Pós Graduandos (ANPG)
Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técino (Fenet)
Uneafro
Círculo Palmarino
Unegro
Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM)
União da Juventude Socialista (UJS)
Rua – Juventude Anticapitalista
Coletivo Juntos
União da Juventude Rebelião (UJR)
Juventude Socialismo e Liberdade (JSOL)
Coletivo Construção
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
Mídia Ninja
Coletivo Cordel
União Brasileira de Mulheres (UBM)
Bloco de Resistência Socialista
Rede Emancipa de Educação Popular

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