Ato contra a reintegração de posse no Tekoha Paranapuã, em São Vicente (SP)

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Continua ocupada a sede do Parque Estadual Xixová-Japuí, dentro da Terra Indígena Paranapuã de nosso povo Guarani Mbya. A Polícia Militar e a Polícia Ambiental já estiveram na sede ocupada. Quando ocupamos a saída de todos os funcionários foi liberada e nossas lideranças estão cuidando do espaço.

Nesse momento parte da comunidade da aldeia Paranapuã segue em ato contra a reintegração de posse em nosso tekoha e contra o Governo do Estado, Geraldo Alckmin e seu vice-governador Marcio França, que tem se colocado como verdadeiros inimigos dos povos indígenas do Estado de São Paulo.

No dia em que a cidade de São Vicente completa 484 anos, viemos dizer que não fomos nós indígenas que invadimos essas terras. Foram os brancos que pouco a pouco invadiram e tomaram nosso território.

Hoje brigamos pela demarcação do pouco espaço de terra que nos sobra e de onde querem nos retirar. Em todas os tekohas onde vivem nossos parentes, os governos promovem desmandos, ameaçam nosso território, tentam nos expulsar e ainda querem que comemoremos o aniversário dessa cidade?

Não há o que comemorar, mas vamos lutar e dizer NÃO À REINTEGRAÇÃO DE POSSE DA TERRA INDÍGENA GUARANI DE PARANAPUÃ. PELA DEMARCAÇÃO IMEDIATA DE NOSSAS TERRAS!

Vivemos na Terra Indígena de Paranapuã, dentro da Reserva Estadual do Parque Xixová e somos acusados todos os dias de sermos responsáveis pela degradação ambiental. Não somos!

No final de 2015, uma juíza federal julgou precedente ação judicial movida contra a comunidade guarani de Paranapuã pelo Governo do Estado de São Paulo pedindo nosso despejo.

Há muitos anos nosso povo retomou área de ocupação tradicional com sobreposição com o Parque Estadual Xixová Japuí em São Vicente.

Nós somos o povo da Mata Atlântica e há milênios vivemos nas florestas do litoral sem nunca ter destruído nada. Agora os brancos que derrubaram tudo vem nos acusar de ameaça para o meio ambiente!

Não derrubamos mata para erguer prédios, não asfaltamos as ruas e rodovias para carros passarem e nem expulsamos ninguém do seu território de origem para viver em constante risco de perder o pouco que se tem.

É a sociedade não indígena do dinheiro e da ganância que é a ameaça para a Terra e todos os seres que nela vivem.

Pedimos ainda uma audiência com a Juíza que determinou a sentença de reintegração de Paranapuã.

CONTRA A REINTEGRAÇÃO DE POSSE DA ALDEIA DE PARANAPUÃ

PELA DEMARCAÇÃO IMEDIATA DA TERRA INDÍGENA DE PARANAPUÃ

DEMARCAÇÃO SIM! DESPEJO NÃO!

Aguyjevete para quem luta!

Fonte: Comissão Guarani Yvyrupa

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