Após greve geral, Prefeituras tentam inibir o 1° de maio dos trabalhadores

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Com a demonstração de força que os trabalhadores e trabalhadoras em todo o país deram ao mundo e aos golpistas no dia 28 de abril, o 1° de maio – data emblemática de luta e resistência contra a exploração do grande capital – foi marcado por tentativas por parte do poder público de dispersar o povo em algumas localidades.

Em São Paulo, a ação programada para acontecer no Masp foi prejudicada na última hora por uma liminar judicial que impediu a realização do evento no local anunciado ao povo. Após acordo entre sindicalistas e o prefeito João Dória (PSDB) o carro de som acabou estacionado em plena avenida Paulista. Alguns manifestantes que seguiam para o local acabaram se dispersando e as televisões só mostravam imagens do vão livre do Masp vazio enquanto a reunião dos trabalhadores acontecia alguns quarteirões à frente, na junção da Av. Paulista com a Rua Haddock Lobo.

Mesmo assim não foi permitido que o carro de som acompanhasse os manifestantes que seguiram da Av. Paulista em passeata até a Praça da República no ato unificado entre Intersindical, CUT e CTB.

Edson Carneiro Índio, secretário-geral da Intersindical central da Classe Trabalhadora, destacou a chantagem patronal contida na reforma trabalhista e defendeu que o povo ocupe Brasília na luta pela manutenção de seu emprego e aposentadoria. “Dória é um fora da lei, Temer é um fora da lei! Aqui é o povo brasileiro, CUT, CTB, Intersindical, Frente Povo Sem Medo, Frente Brasil Popular defendendo juntos a Constituição e os direitos garantidos”. 

Balanço geral

Apesar das tentativas de intimidação, os atos do 1º de Maio em SP foram marcados por discursos enfáticos contra o desmonte de direitos que o governo Temer tenta impor goela abaixo dos trabalhadores em todo o país e por um balanço positivo da greve geral do dia 28.

“Fracasso é o seu Temer, é o golpe que ele deu e já está indo por água abaixo”, discursou o coordenador da Frente Povo Sem Medo e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos. “Com mais de 90% de rejeição, (o governo) quer aprovar reformas infames.”

Boulos também  informou que a greve de sexta tem três presos políticos, acusados de agir contra a ordem pública. “Foram presos com acusações absurdas, sem nenhuma prova. Ordem pública é o povo com casa, é trabalhador com direito. Nós é que defendemos ordem pública”, disse Boulos. 

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, citou a agressão ao estudante Mateus Ferreira da Silva, da Universidade Federal de Goiás (UFG), na sexta-feira (28), em Goiânia. “Ele foi barbaramente espancado, teve que passar por uma cirurgia de reconstituição do crânio e hoje fez hemodiálise”, lembrou. “Nós lutamos pelo futuro do Mateus e pelo direito de lutar.”

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, destacou a invasão policial à sede da entidade, na noite de sexta, em busca de manifestantes. “Isso é coisa que só acontecia na ditadura, tentaram prender nossos jornalistas”, ressaltou.

Na Baixada Santista (SP), o 1º de Maio foi marcado pela presença de todas as centrais sindicais. “O ato marca um novo tempo de unidade mais ampla na Baixada Santista”, comemorou Ricardo Saraiva Big, da Intersindical.

Em Porto Alegre (RS) a manifestação foi no parque Redenção.

Espírito Santo (ES)

Os trabalhadores e trabalhadoras capixabas foram às ruas contra a retirada de direitos, na 18ª Marcha pela Vida e Cidadania. Com o tema “Trabalhadora e Trabalhador em Defesa do Direito à Vida com Dignidade” a Marcha foi espaço de denúncia e diálogo com a população sobre os graves ataques aos direitos dos trabalhadores, presentes principalmente nas propostas de reformas Trabalhista e da Previdência.

O ato também foi espaço de denúncia de um ano do crime ambiental cometido pela Samarco que vitimou o Rio Doce e colocou em risco a sobrevivência de milhares de famílias, que viviam da pesca, agricultura e turismo.

 

“As mulheres estão nas ruas neste 1º de Maio principalmente para lutar contra a retirada de direitos, prevista nas reformas Trabalhista e da Previdência, e que atacam frontalmente, nós, mulheres. A reforma Trabalhista, por exemplo, coloca em risco a vida das mulheres ao permitir que grávidas trabalhem em local insalubre. As trabalhadoras brasileiras não têm nada a comemorar e hoje, mais do que nunca, é um dia de luta e de protesto”, enfatizou Rita Lima, diretora do Sindinbancários/ES.

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