Abertura do 17° Congresso Sindical Mundial na África do Sul conta 111 países de todos os continentes

Big e Índio no 17º Congresso Sindical Mundial
Imagem: Comunicação da Intersindical
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Iniciou nesta quarta-feira o 17º Congresso sindical Mundial que acontece em Durban (África do Sul), entre os dias 5 e 8 de outubro. O secretário-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Edson Carneiro Índio e o secretário de Relações Internacionais, Ricardo Saraiva Big participam do evento que nesta edição tem o mote “Luta, internacionalismo e unidade “, complementado também pelo tema “Vamos a luta pela realização dos trabalhadores e trabalhadoras, contra o desemprego a guerra e a pobreza gerada pela barbárie capitalista”.

O congresso conta com a presença de 1200 delegados, representando 111 países dos cinco continentes. Desses, 69% pertencem ao setor privado e 31% do público.

A abertura do congresso foi muito emocionante, com diversas vezes a delegação da África do Sul cantando músicas que marcaram a luta contra o apartheid.

O dirigente da COSATU (Congress of South African Trade Unions – Central Sindical Sul Africana) fez a abertura do Congresso ressaltando a importância da atividade acontecer no continente africano. Ele ressaltou a luta da FSM contra o apartheid e não deixou de falar das riquezas naturais da África do Sul, chamando a atenção que a classe trabalhadora não usufrui dessas riquezas pertencentes à África, que são apropriadas pelas multinacionais.

Ele também ressaltou a luta por uma ordem socialista  e a importância da unidade da classe trabalhadora em nível mundial, lembrando que, na última semana, a COSATU chamou um Dia Nacional de Lutas contra a exploração e já tem um calendário de luta em defesa dos salário e dos direitos.

O Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, também esteve presente e destacou que o continente africano possui a classe trabalhadora que mais sofre em nível mundial, apontando que não adianta chegar ao poder, se não houver luta social.

Apesar de ele ser o presidente, ressaltou a importância da luta da classe trabalhadora, pois não adianta chegar ao governo sem ter luta social no país. Zuma citou Marx, dizendo que os trabalhadores nada têm, portanto é fundamental sua união.

Também disse que os trabalhadores, neste momento, têm de enfrentar os ataques do grande capital mediante à crise internacional, lembrando que a crise da econômica internacional afeta, sobretudo, a parcela mais empobrecida e todas as medidas capitalistas para superar a crise global acabam por prejudicar a classe trabalhadora.

Ele também falou da situação dos refugiados e imigrantes, lembrando que em diversas partes do mundo cresce o ódio aos imigrantes. Isso está expresso na Inglaterra ou com os quilômetros de muro construídos entre os Estados Unidos e o México. O objetivo final de tudo isso, segundo ele, é ampliar os lucros das empresas, que adotam medidas desumanas para atingir seus objetivos.

Ele lembrou, também, da unidade máxima dos trabalhadores, contra o desemprego a desigualdade e a pobreza no mundo. Sobretudo no continente africano.

George Mavrikos

O grego George Mavrikos, Secretário Geral da FSM, saudou os 71 anos da FSM, ressaltando os eixos do congresso, lembrando que a FMS representa hoje cerca de 92 milhões de trabalhadores no mundo e que a Federação é orientada pelo classismo, pelo internacionalismo e pela lua da classe trabalhadora.

Mavrikos ressaltou as dificuldades no momento atual com a profunda crise da economia capitalista, lembrando que todos os planos trazem cosequências ainda mais nocivas para os trabalhadores, ressaltando os 555 milhões de pessoas que ainda vivem na extrema pobreza, de acordo com números do Banco Mundial.

Também recordou os dados da ONU e OIT sobre o aumento dos acidentes de trabalho, mortes de trabalhadores e desemprego, fazendo duras críticas à exploração, à competição e às guerras imperialistas. “Somente o povo tem o direito de decidir democraticamente os rumos de seu país e de suas vidas. O imperialismo não tem o direito de decidir os rumos da humanidade”, disse ele.

Ele também fez um balanço dos últimos cinco anos da gestão da FSM, desde o último congresso da FSM (2011), destacando que a prioridade máxima da Federação é apoiar o desenvolvimento das lutas nas diversas regiões do mundo, ressaltando a greve geral na Índia, dirigida por centrais que constroem a FSM, que teve o envolvimento de milhões de pessoas, a luta da CGT na França, em defesa dos direitos e contra os planos do governo e multinacionais, do Brasil, que necessita do apoio necessário da classe trabalhadora ao povo brasileiro que está lutando, dos esforços pela paz na Côlombia e da fundamental importância da solidariedade ao povo palestino pela libertação de seu Estado.

Mavikroz também criticou muito o sindicalismo amarelo e burocrático, como ele classificou, aliado aos patrões. “É necessário radicalizar as nossas lutas por uma sociedade sem exploração do ser humano pelo ser humano”, concluiu, pedindo aumento da unidade e das lutas em defesa da classe trabalhadora.

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INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora

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