Trabalhadores de hospitais universitários geridos pela EBSERH entram em greve geral dia 30

Imagem: Comunicação da Intersindical
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INTERSINDICAL – Central da Classe Trabalhadora

Paralisação geral durará 72 horas. Unidade de Brasília já está em greve por tempo indeterminado.

A greve dos empregados públicos da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) se iniciou em Brasília e se alastrará pelo Brasil no próximo dia 30, o que mostra a capacidade de luta e coesão da categoria. Na última terça-feira (22), em assembleia geral nacional, os outros estados decidiram entrar em greve por 72 horas.

A EBSERH é uma empresa pública de direito privado criada pelo governo federal para gerir os Hospitais Universitários (HUs). Atualmente 30 HUs em todo o país são geridos pela empresa e têm um contrato de 20 anos.

Dentre os principais problemas apontados pelos servidores dos Hospitais Universitários após o ingresso da EBSERH é justamente o aumento da jornada de trabalho e a politização da gestão.

“A empresa desconhece as peculiaridades e especificidades de um hospital escola porque tem uma gestão política”, afirma Edleuzo Cavalcante, um dos representantes dos trabalhadores da EBSERH nas negociações sindicais.

Conquistas históricas

Os trabalhadores dos HUs, por exemplo, cumpriam jornadas de 6 horas diárias há cerca de 10 anos. Entretanto, o regime de trabalho da EBSERH está ignorando acordos coletivos para se basear nas 8 horas diárias determinadas pela Consolidação das Leis do Trabalho.

A mudança de horário ainda não foi totalmente implementada, mas já há sinais com o aumento do número de plantões, trabalho em recessos e feriados, além do não pagamento dos plantões, realidade que já atingiu a maioria dos servidores.

“Do jeito que as escalas estão sendo feitas ninguém tem vida social, você trabalha 6 horas quando a empresa precisa e depois trabalha 12 horas seguidas no fim de semana. Nenhum empregado tem um fim de semana completo por isso lutamos pela implementação da escala 12X36 horas para todos os trabalhadores”, explica Cavalcante.

Progressão de carreira e titularidade

Além disso, os servidores denunciam o não cumprimento das regras de progressão de carreira e a mudança súbita dos critérios de progressão funcional para retirar um direito já adquirido por pelo menos 1000 concursados.

“A greve dos trabalhadores da EBSERH é legítima. Vamos dar todo o apoio a eles, uma progressão que deveria ser após 6 meses foi arbitrariamente mudada para 24 meses”, ressalta Herbert Anjos, militante da Intersindical Central da Classe Trabalhadora em Brasília.

Titulação

Outra reclamação diz respeito à titulação. Os profissionais ingressam na EBSERH via concurso público e notas de titulação, trabalham como especialistas, mas não são remunerados como deveriam.

“Todas as empresas públicas vinculadas ao Ministério da Educação têm titulação. Não estamos vinculados, por exemplo, ao Ministério da Saúde e sim ao Ministério da Educação”, explica Cavalcante.

“Somos um hospital, mas principalmente uma escola. A meu ver essa transferência dos HUs para a tutela federal (e não mais estadual) é positiva, mas temos problemas de gestão que precisam ser compreendidos pela atual direção”, afirma Cavalcante.

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