Santander: pressão, cobranças e punições contra os Bancários

Santander: pressão, cobranças e punições contra os Bancários
Imagem: Comunicação da Intersindical
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Pesquisa que avalia atendimento dos caixas pelos clientes é lançada em meio ao aumento da sobrecarga de trabalho causada pela redução de bancários nas agências; enquanto isso, lucro e remuneração dos diretores executivos só aumentam.

Os caixas das agências bancárias do Santander já sofrem pressão para cumprir tempo de fila e, para piorar, ainda são orientados a empurrar produtos para os clientes. Não satisfeita, a direção do Santander inventou mais uma forma de cobrar esses funcionários com a pesquisa “Seu Atendimento é Show”, que pede para que os clientes avaliem o atendimento recebido.

O bancário que recebe avaliação negativa é punido com advertência. Uma medida completamente absurda e ilegítima, já que essa punição não está descrita no normativo do banco que enumera os casos que podem resultar em advertência.

A pesquisa está sendo implantada em meio a uma realidade de aumento da sobrecarga de trabalho causada pelo crescimento da quantidade de clientes enquanto inexiste a contratações de funcionários para atendê-los de forma satisfatória.

Esse cenário prejudicial para bancários e clientes só é satisfatório para os próprios diretores executivos da instituição, que com essa pesquisa parecem querer jogar nas costas dos funcionários a insatisfação dos clientes causada pela precarização do atendimento.

O aumento da sobrecarga de trabalho vem crescendo de forma vertiginosa no banco. De acordo com o próprio balanço do banco, em 2015 a instituição tinha 670 clientes para cada funcionário. Em 2017, a relação aumentou para 800 clientes para cada bancário, crescimento de 19,4%.

Não por acaso, no primeiro trimestre de 2018 o Santander foi o segundo banco com maior número de reclamações consideradas procedentes pelo Banco Central, de acordo com o ranking elaborado pelo órgão, no segmento de instituições financeiras com mais de 4 milhões de clientes. No quarto trimestre de 2017, o banco espanhol liderou o mesmo ranking.

No primeiro trimestre deste ano, as receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias tiveram alta de 11,5% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a R$ 4,134 bilhões. Apenas com essa receita, o Santander cobre o total de sua despesa de pessoal, incluindo PLR, e ainda sobra R$ 1,8 bilhão.

Diretores executivos ganham 188% mais em dois anos

Se para os clientes e bancários do Santander a situação não anda muito favorável, para os diretores executivos do Santander, o aumento da lucratividade teve resultado muito mais satisfatório. Em 2015, quando o banco lucrou R$ 6,6 bilhões, cada um dos 42 diretores recebeu R$ 2,5 milhões. Em 2017, 44 diretores ganharam R$ 7,2 milhões, aumento de 188%. Os dados são da Comissão de Valores Mobiliários.

O banco espanhol registrou lucro de R$ 9,9 bilhões em 2017 e R$ 2,85 bilhões nos primeiros três meses deste ano. Ambos são os maiores resultados obtidos pela instituição financeira para os períodos.

A suposta preocupação da direção do banco com melhor atendimento prestado aos clientes deve ser manifestada por meio da contratação de mais funcionários e não por uma pesquisa que parece querer responsabilizar os próprios funcionários pela precariedade cada vez maior do atendimento gerada pela sobrecarga de trabalho. O movimento sindical exige a suspensão dessa pesquisa que pretende apenas punir os bancários, e a contratação de mais funcionários.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Santos e Região


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