Para Temer, Banco do Brasil está tomado de “cargos desnecessários” que precisam ser cortados

Imagem: Comunicação da Intersindical
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O avanço do governo golpista de Michel Temer sobre os bancos públicos ganhou nesta semana novos contornos com ações de desmonte do Banco do Brasil protagonizadas pela atual gestão e uma série de informações divulgadas pela imprensa que anunciam um novo plano de demissão voluntária para estrangular 18 mil cargos do banco.

O avanço do governo golpista de Michel Temer sobre os bancos públicos ganhou nesta semana novos contornos com ações de desmonte do Banco do Brasil protagonizadas pela atual gestão e uma série de informações divulgadas pela imprensa que anunciam um novo plano de demissão voluntária para estrangular 18 mil cargos do banco.

Duas diretorias, das 27 existentes, foram extintas, a de Crédito Imobiliário (Dimob) e a de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas (Diref), que trata exclusivamente do cuidado com o empregado e seu diálogo com entidades do banco, ficará com a recém-criada Diretoria de Governança de Entidades Ligadas.

“Além de extinguir em 2015 a vice-presidência de pessoas, o BB adota mais um medida de desrespeito aos seus empregados, com a extinção da Diref. É inadmissível que um banco desse porte, com 109 mil empregados acabe com essa importante diretoria. A Diref não cuida apenas das negociações coletivas, mas é responsável pelo cuidado com os funcionários e pela relação com as entidade, como a Cassi”, denuncia a diretora do Sindibancários/ES Goreti Barone.

De acordo com informações publicadas pela imprensa, o BB estuda maneiras de reduzir a folha salarial e aumentar sua rentabilidade. Segundo a Folha, o banco deve lançar brevemente um novo programa de demissão voluntária para atrair pelo menos 10 mil empregados, um corte de 9% do quadro atual de funcionários, atualmente de 109 mil bancários. Já o Correio Brasiliense aponta que o banco também pode deixar de preencher as vagas de funcionários que se aposentaram nos próximos anos. As informações, por outro lado, não foram confirmadas pelo banco.

O atual desmonte foi confirmado pelo presidente golpista Michel Temer em entrevista à Globo News na noite de quinta-feira (13). Nas palavras do presidente, “o Banco do Brasil está pensando em cortar uma porção de funções, de cargos que lá existem, que são absolutamente desnecessários”, confirmando assim a perspectiva de reestruturação. Ainda segundo Temer, o enxugamento de cargos seria necessário para garantir os necessários investimentos em setores como educação e saúde nos próximos anos.

Para a diretora do Sindicato, as ações do governo deixam ver o interesse do capital financeiro privado em se apropriar da rentabilidade e da parcela de mercado dos bancos públicos.

“O banco mantém altos lucros há décadas. O recuo nos últimos anos não é porque o banco está pesado, e sim porque a crise financeira internacional e a nacional, iniciada nos últimos anos de governo Dilma e intensificada por Temer, limita a expansão do investimento e a recuperação da economia”, aponta Barone.

“As demissões são injustificáveis” de acordo com a diretora, que rememora os números apontados pela pesquisa “Quem são os funcionários do BB?” realizada pela Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) e divulgada no primeiro semestre de 2015. A pesquisa traça o perfil dos empregados do banco e aborda aspectos como qualidade de vida, indicadores de saúde, satisfação e a relação dos trabalhadores com a empresa.

Os resultados ratificam as denúncias de falta de condições de trabalho feitas pelo movimento sindical. Segundo os dados, 45,59% dos funcionários do BB trabalham de 8 a 12 horas diárias, e há ainda um pequeno percentual que trabalha acima das 12 horas por dia (1,02%). Quando perguntados sobre o estresse no trabalho, 68,91% dos entrevistados responderam que se sentem estressados, e 69,85% diz já ter presenciado alguma situação de assédio moral no banco.

“Está claro que a intenção do governo é enxugar o banco para deixá-lo atrativo para o mercado, sem se preocupar com os funcionários. A pesquisa levou em consideração os 116 mil funcionários do banco existentes até o primeiro semestre de 2015. Desde então, 7 mil postos de trabalho foram cortados. Parece óbvio que Temer, além de mal intencionado é mal informado. Se com aquele contingente tínhamos esse quadro, imagine agora?”, questiona a diretora do Sindicato.

Mais de 6,5 mil funcionários do BB responderam à pesquisa em todo o país. O estudo foi realizado por profissionais do Laboratório de Sociologia do Trabalho (Lastro), vinculado ao Programa de Pós-graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC). A pesquisa tem 2% de margem de erro e 95% de grau de confiança.

Fonte: Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (com informações da Folha de São Paulo, do Correio Brasiliense e da Globo News)

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