A luta unificou: trabalhadores e estudantes juntos contra a pec 55 e o ajuste fiscal

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Mais de cinco mil capixabas foram às ruas afirmar que não vão tolerar retrocessos nos direitos; protesto reuniu entidades trabalhistas, movimentos sociais do campo e da cidade, entre eles estudantes em movimento nacional contra o ajuste fiscal e a MP 746

A indignação de mais de cinco mil capixabas da Grande Vitória e do interior, trabalhadores de diversas categorias, inclusive os bancários, e estudantes secundaristas dos Institutos Federais e universitários ocupou as ruas da Capital na tarde desta sexta-feira (11) contra o pacote fiscal representado pela PEC 55/2016, a MP 746, a reforma da previdência e a trabalhista, e a terceirização capitaneadas pelo governo ilegítimo e golpista de Michel Temer.

O protesto partiu do INSS da Avenida Beira Mar, atravessou a Avenida Vitória e o Centro de Vitória e foi ao Palácio Anchieta deixar um recado para o governador Paulo Hartung, golpista escolado, responsável pelo arrocho dos servidores públicos e pelo sucateamento da educação dos capixabas.

O protesto em Vitória deu ressonância às grandes mobilizações realizadas em diversos estados brasileiros. A agenda marcou o início da greve geral organizada pelos movimentos populares contra a derrocada democrática brasileira e o avanço das políticas neoliberais representadas pelo ajuste fiscal. A próxima manifestação de construção da greve geral acontecerá em duas semanas, no próximo dia 25, quando mais uma vez protestos ao longo do Brasil ganharão as ruas, informa Idelmar Casagrande, diretor da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, que contribui com a organização do ato.

“Afirmamos hoje nas ruas nosso repúdio ao avanço das propostas que atacam os direitos dos trabalhadores. Hoje fizemos um movimento bonito e grande de forma unificada, no próximo dia 25 será ainda maior. Vamos apostar mais uma vez na união entre centrais, entidades sindicais e movimentos sociais, como o dos estudantes, hoje imprescindível para as lutas populares”, explica Casagrande.

O ato foi rico em manifestações favoráveis aos estudantes brasileiros que ocupam mais de mil escolas estaduais e institutos federais e as 178 universidades brasileiras. No Espírito Santo, as ocupações foram iniciadas pelo IFES São Mateus, na primeira semana de outubro. O movimento atravessou outubro e hoje ocupa mais de 30 unidades estaduais, apesar da sistemática deslegitimação e criminalização do movimento imposta pelo governo de Paulo Hartung.

O estudante Luis Philipe Machado, representante da União dos Estudantes Secundaristas do Espírito Santo (UESES) enfatizou em sua fala pública o repúdio dos estudantes capixaba ao governo estadual e ao federal.

“Neste momento, ao redor do Brasil, milhares de estudantes estão mobilizados contra o governo golpista de Temer, que quer sucatear a educação com a PEC 55 e o ajuste fiscal, e Paulo Hartung, que sistematicamente criminaliza as lutas populares no estado e, neste momento de ocupações, quer impor terror aos estudantes e seus familiares”, afirmou sob o coro da multidão que tomou as escadarias do Palácio Anchieta no fim do percurso.

O ato popular desta sexta foi organizado pela Frente Estadual em Defesa da Previdência Social, dos Direitos Trabalhistas e do Serviço Público em parceria com as centrais sindicais Intersindical, CUT, CTC, CSP-Conlutas e Nova Central, e entidades do movimento estudantil como União Municipal dos Estudantes de Vitória (UMES), União dos Estudantes Secundaristas do Espírito Santo (UESES), União Nacional dos Estudantes (UNE), Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG).

O Sindibancários/ES integra a Frente Estadual, explica Jonas Freire, coordenador geral do Sindicato. “Enquanto bancários, ameaçados frontalmente pelo projeto de terceirização e pelo ajuste, precisamos estar juntos aos movimentos populares que dizem não ao golpismo que quer levar no tapetão direitos conquistados com sangue suor e muita luta. Vamos continuar na luta e precisamos de todo apoio e presença da categoria nos protestos e no dia de paralisação agendada para o dia 25”, afirma Freire.

A Frente Estadual é composta pelo Sindibancários/ES, o Sindprev-ES,  Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias no Espírito Santo (Sindacs-ES); Associação dos Docentes na Ufes (Adufes); Central Sindical e Popular (CSP Conlutas); Sindicato das Trabalhadoras Domésticas no Espírito Santo; Associação de Moradores do Bairro Regência, de Linhares; Associação de Moradores do Bairro Consolação (Vitória); Associação de Moradores do Bairro Maracanã, Colônia de Pescadores C5; Representantes dos Trabalhadores da Cesan; Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Espírito Santo (Fetaes); Núcleo Capixaba da Auditoria Cidadã da Dívida; Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Colatina (SISPMC); Comitê de Mulheres Negras de Colatina, Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Sintufes.

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