É hora é de avanços e unidade, analisa o professor Lúcio Flavio

Imagem: Alexandre Maciel
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O professor e cientista político Lúcio Flavio colaborou para a análise de conjuntura de mais uma reunião da Direção Nacional da Intersindical, que aconteceu neste fim de semana (23 e 24) e contou com a participação de dirigentes dos mais diferentes estados e categorias do Brasil.

Segundo o também professor do Departamento de Política da PUC-SP, as contradições muito acentuadas do momento dão o tom para que se amplie a unidade da esquerda. Sistematizando, ele define a formação social do Brasil como capitalista, com um Estado burguês, desigual – ao mesmo tempo com uma enorme acumulação de capital e grande exploração da força de trabalho subproletarizada –, com meios de comunicação especuladores e pertencentes organicamente à fração rentista da classe burguesa do país.

Essas características estruturais contribuem para que o pensamento hegemônico seja ainda mais acentuado no Brasil. Um exemplo disso é a chamada luta contra a corrupção, historicamente uma pauta das esquerdas, ser, neste último período, cooptada pelos setores à direita do espectro político.

Ele também ressaltou que o atual golpe em curso não é atual. “Esse é um golpe começa no dia seguinte ao resultado das eleições. A direita não admitiu a derrota nas urnas”, afirmou.

Embora algumas autocríticas do Partido dos Trabalhadores – relembrou – admitam que o golpe q está em curso seja contra “um governo que não fez muito para contrariar os interesses dominantes no país”.

Unidade das forças de esquerda

Lúcio Flavio entende que apesar de as esquerdas terem passado por um longo período de fragmentação, “agora estamos num momento em que há tendência da ampliação das lutas de classes no Brasil. Na medida que estas lutas acontecem, as forças de esquerda tendem a atuar de maneira unificada”.

Em suas palavras, “a Frente Povo Sem medo, a Frente Brasil Popular e os jovens que vão pra rua agora estão convergindo com objetivos muito mais definidos”, ressaltou. Segundo ele, a luta popular, sindical e democrática atualmente são muito mais expressivas do que eram há alguns anos.

 Para Lúcio, o domingo de votação pelo impeachment da Presidenta Dilma Rousseff serviu para mostrar ao grande público, não acostumados a conhecer os atores do congresso, a verdadeira cara antipopular dos deputados que votaram ‘sim’. “Aquilo foi um grande serviço que os meios de comunicação prestaram”, ironizou.

Ele reafirmou que a hora é de avançar, desde que tenhamos senso crítico e vontade de fazer unidade pela democracia, contra o golpe e “para evitar que o Brasil seja dominado na cena política  por um bando de ladrões, igual a gente viu na votação da Câmara”, disse. “Aquilo foi um material fantástico de politização. Estamos num momento totalmente favorável para o avanço da luta democrática e popular. Nós temos de transformar essa luta em uma luta que envolva a defesa dos interesses básicos da classe trabalhadora no Brasil”, afirmou.

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