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Com lágrimas de crocodilo, Cunha deixa presidência da Câmara para que PMDB implemente agenda do golpe

Imagem: Comunicação da Intersindical
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A expressão lágrimas de crocodilo é usada para se referir ao choro fingido. O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima. Foi assim mesmo que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciou sua renúncia, na quinta-feira (7), do cargo de presidente da Câmara dos Deputados.

Não se sabe ainda o que Eduardo Cunha abocanhou de Michel Temer com a renúncia, planejada um dia antes com o presidente interino, mas ele mesmo expôs que sua renúncia tem como pano de fundo permitir que a Câmara dos Deputados prossiga com as “reformas que o país necessita”.

Isso quer dizer prosseguir com a agenda Brasil, as privatizações, a perda da soberania nacional a partir da entrega do pré-sal e das riquezas minerais, o sufocamento da máquina pública, as reformas trabalhista e previdenciária, entre outros planos.

“É público e notório que a Casa esta acéfala, fruto de uma interinidade bizarra, que não condiz com o que o país espera de um novo tempo após o afastamento da presidente da República. Somente minha renúncia poderá pôr fim a esta instabilidade sem prazo. A Câmara não suportará esperar indefinidamente”, declarou Cunha.

O que pode ter abocanhado

Analistas políticos especulam sobre o que o famigerado Eduardo Cunha conseguiu abocanhar de Michel Temer: colocar um aliado dele e do governo com desenvoltura na presidência da Câmara dos Deputados para aprovar projetos de interesses deles; um possível acordo para evitar a cassação do mandato de deputado federal e manter seu poder de influência; intervenções políticas no desenrolar da Operação Lava Jato para blindar a esposa e a filha dele (garantindo ainda seu patrimônio ilícito).

Lágrimas de crocodilo

Cunha foi às lágrimas ao mencionar que sua esposa e filha se tornaram alvo da Operação Lava Jato. Cunha é réu em duas ações no Supremo Tribunal Federal e alvo de uma terceira denúncia ainda a ser analisada. Ele também responde a um processo disciplinar no Conselho de Ética da Câmara, que aprovou um parecer pela cassação do mandato.

Eleição

A eleição para o presidente da Câmara dos Deputados será na próxima quarta-feira (13). Até o momento, registraram candidatura para concorrer à presidência da Casa: Fausto Pinato (PP-SP), Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO), Carlos Manato (SD-ES), Marcelo Castro (PMDB-PI), Fábio Ramalho (PMDB-MG), Luiza Erundina (PSOL-SP), Heráclito Fortes (PSB-PI), Fernando Giacobo (PR-PR), Cristiane Brasil (PTB-RJ), Rogério Rosso (PSD-DF), Rodrigo Maia (DEM-RJ). Além deles, o deputado Beto Beto Mansur (PRB-SP) anunciou que irá concorrer, mas ainda não oficializou candidatura.

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