Bancários do Espiríto Santo reafirmam defesa da caixa 100% pública em congresso

Imagem: Comunicação da Intersindical
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Durante o congresso específico da Caixa, realizado nesse sábado, 21, bancários e bancárias reafirmaram a defesa das estatais e da Caixa 100% pública. Dentre os principais projetos de lei em curso no Congresso Nacional que ameaçam as empresas públicas federais, estaduais e municipais, estão o PLS 555 (PL 4918) e o PLP 257. Este último impõe arrocho salarial dos servidores públicos e privatização de empresas públicas estaduais como condição para negociar as dívidas dos Estados.

Por ser um banco público com 155 anos de história, altamente rentável e administradora de grande volume de recursos públicos, a Caixa sempre foi cobiçada pelo setor financeiro privado nacional e estrangeiro.

“A Caixa é a única empresa 100% pública, vigorosa, rentável e está em todos os cantos desse país. Caso seja privatizada, perderemos o conhecimento enorme que a Caixa acumula e detém sobre muitas áreas em que atua, como a tecnologia de penhor, de projetos de habitação popular e o controle de fundos públicos”, destacou a diretora do Sindibancários/ES, Rita Lima.

Representante suplente dos empregados no Conselho de Administração da Caixa e coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Maria Rita Serrano, falou sobre o que representa o PLS 4918. “Temos um Congresso com projetos em curso de perseguição política aos sindicados, terceirização e de retirada de direitos dos trabalhadores. O PLS 555 (PL 4918), por exemplo, tem problema do começo ao fim. Conseguimos retirar pontos importantes da proposta inicial, como a determinação de 25% de venda das ações da empresa. Mas o projeto seguiu para a Câmara com sérios problemas, como a criação de regras de governanças corporativas para todas as empresas e a criminalização do movimento sindical”, explicou Rita Serrano.

Nos últimos anos, os governos de Fernando Henrique, Lula e Dilma, preparam a Caixa para a privatização. Um dos atos mais recentes foi a privatização das loterias instantâneas.

“A Caixa vem sendo privatizada pelas bordas. Neste primeiro momento, o governo ganha 20 bilhões com a privatização das loterias instantâneas. No entanto, dos R$ 13 bilhões arrecadados em 2015 com esse setor, R$ 5 bilhões foram para o FIES, para a Cultura, para o Esporte. Então é preciso avaliar o que será perdido a médio e longo prazo no desenvolvimento social do Brasil”, frisou Rita Serrano.

Mobilização histórica

Para barrar esse processo de venda de um dos maiores patrimônios dos brasileiros, será preciso muita mobilização e luta dos trabalhadores.

“A defesa da Caixa não é de agora, é de gerações de empregados que acreditam na luta em defesa dessa empresa. A Caixa precisa continuar sendo uma empresa forte e comprometida com o desenvolvimento social e econômico do Brasil. E ela só pode ser o que é se continuar 100% pública”, frisou Rita Lima.

As recentes tentativas de abertura da capital da Caixa já ocorreram em décadas passadas e a continuidade da Caixa como empresa pública foi uma conquista dos empregados, como reiterou Rita Serrano. “Na década de 90, ficamos dez anos defendendo a Caixa, a Petrobras e o Banco do Brasil. Portanto, já ganhamos batalhas mais difíceis e temos como vencer mais essa. Nossa vitória depende da estratégia a ser adotada e da coesão dos trabalhadores. Temos que definir o que é mais importante defender em um primeiro momento. É possível vencer, mas teremos que nos unir”, destacou.

Campanha

No próximo dia 06 de junho será realizado no Rio de Janeiro um ato em defesa de todas as empresas públicas brasileiras. Na ocasião, será lançada a campanha “Defender as empresas públicas é defender o Brasil”, organizada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas.

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